14/08/2019

HAKONE – Japão 🇯🇵

Por: Camila Berrini

O Monte Fuji e como é dormir em um Ryokan, hospedaria típica japonesa.

Hakone faz parte do Parque Nacional de Fuji – Hakone – Izu e também é muito conhecida pelas águas termais. Escolhi ir para lá por ser o melhor lugar para ver o Monte Fuji e uma viagem para o Japão jamais estaria completa sem me hospedar em um Ryokan, hospedaria típica japonesa e escolhi essa cidade no meio das montanhas para viver essa experiência.

Como chegar

Fui de trem bala de Quioto, comprei com antecedência com o JR Pass. No Shinkansen já vi o Fuji bem tímido e cheguei mega empolgada.

A cidade é bem pequena não tem um centrinho, são só hotéis e poucos restaurantes. A melhor maneira de se locomover é com o Hakone Free Pass, eu comprei para 3 dias por 4.500 e dava direito à todos os meios de transporte – trem, ônibus, bondinho e barco. Também dá descontos nos museus, fora a comodidade de não ter que separar moedas em cada ônibus nem se preocupar mais com nada.

Onde ficar

Ryokans são caros, escolhi um meio termo e achei justo. Se hospedar em um Ryokan, é uma maneira de vivenciar o estilo de vida local, dormir no tatame, experimentar as termas com banhos comunitários e jantar servido no quarto com todos os rituais da cultura oriental.

Escolhi me hospedar no Hotel Senkei.

O quarto era gigante e tinha essa banheira diferente que parecia uma bacia no terraço, bem roots eu diria.

Fui direto experimentar o banho comunitário, é dividido entre homens e mulheres, você veste seu roupão no quarto e desce para viver essa experiência!

Na entrada já tem um lugar para você massagear os pés e como estava há dias andando sem parar, fui direto para lá.

Com os pés relaxados, fui para a próxima etapa…. um banquinho onde você senta nua e faz uma pré lavagem antes de entrar na piscina com produtos Shiseido, não tinha ninguém e eu dei muita risada sentada nessa bacia / pinico. Imagina essa lugar lotado? ????????????

Pés relaxados, pré lavada lá fui eu para a piscina. Estava frio e a piscina quentinha com uma vista para as montanhas, foi super relaxante porque só tinha eu e minha amiga, caso contrário acho que não conseguiria relaxar.

Pós banho comunitário, chegou a hora do jantar servido no quarto. Apareceu uma senhora japonesa baixinha que não falava nenhuma palavra em inglês com mil bandejas empilhadas de kimono que parecia cena de filme. Ela montou toda a mesa, apontou e explicou todos os pratos em japonês, fizemos uma oração e ela foi embora. Eu simplesmente não sabia o que fazer com os itens à minha frente, o que era cru, o que tinha que colocar na água…. experimentei tudo, tomei a garrafa inteira de sake e fui dormir com fome mas feliz da vida com experiência.

Após o jantar a camareira veio, retirou tudo e apontou para uns futons, entendi que era uma pergunta, acenei que sim com movimentos rápidos e ela montou por cima do tatame para ficar mais confortável, minha coluna agradeceu.

No dia seguinte o tempo estava nublado então decidi que não ia para o Monte Fuji e fui conhecer os museus da cidade. Para chegar você vê no mapa que é super didático os horários e meios de transporte, fui de trem e voltei de ônibus.

A 1ª parada foi no Museu Lalique. O lugar é lindo até na chuva, simplesmente impecável! As peças são muito interessantes, não pode fotografar e tem uma lojinha com preço justo que deu para eu comprar um presente para minha mãe. Na saída tomei um delicioso café em uma réplica do Oriente Express, muito chique.

A 2ª parada foi no Hakone Venetian Glass Museum se você gosta de murano, você precisava visitar esse museu, eu não sou muito fã mas achei interessante. Na verdade eu gostei mais do jardim e da casa do Museu do que das peças, tem várias intervenções de vidro bem impactantes.

3ª parada Pola Museum of Art – construção contemporânea, moderna com vidros e aço. Estava rolando uma exposição de Picasso e Chagall muito bacana! Almocei no restaurante do Museu um Ramen delicioso, um dos melhores que comi na trip, acompanhado de um Sapporo óbvio. Veja no site mais informações e exposições temporárias – Clique aqui.

Hakone Open Air

Um Museu à céu aberto de 70 mil m², inaugurado em 1969, nos moldes do nosso Inhotim com 120 obras permanentes mais exposições temporárias. O lugar é muito bonito no meio das montanhas, com esculturas de renomados artistas, como Rodin, Miró, Phillip King, Henry Moore e muitas interatividades para crianças e adultos. Por coincidência também estava rolando uma exposição do Picasso. Eu recomendo incluir no roteiro ????

No dia seguinte o dia amanheceu lindo e fui toda feliz ver o Monte Fuji, o passeio incluía um ônibus, depois um barco réplica de uma Caravela por um lago lindo com um Tori e de lá peguei um bondinho, estilo o nosso Pão de Açúcar, o Hakone Hopeway para a melhor vista do Fuji! Tudo super organizado, nível Japão ????????????

No percurso do Hopeway você passa por uma cratera criada durante a última erupção do Monte Hakone há cerca de 3000 anos atrás. É uma zona vulcânica ativa com vapores sulfurosos e o cheiro é bem desagradável.

Lá encima tem uma lojinha para você comprar ovos cozidos nas águas vulcânicas, que segundo os locais, prolonga a vida por sete anos. Eu estava uma pouco enjoada por causa do cheiro de enxofre e não experimentei.

Pronto, cheguei! Ai pasmem, a única nuvem do dia estava EXATAMENTE no Monte Fuji, literalmente o Fuji, FUGIU ????. Confesso que fiquei bem frustada, muitas pessoas dizem que é bem difícil ver o Fuji, mas o dia estava lindo, enfim c’est la vie, um dia eu volto e ele não vai fugir de mim ????????????????